cândido - ορισμός. Τι είναι το cândido
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Τι (ποιος) είναι cândido - ορισμός

Cândido, ou o otimismo; Candide; Cândido; O Otimismo
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cândido         
adj. (-1572 cf. IAVL)
1 de grande alvura; muito branco
2 fig. que apresenta pureza, inocência; que denota candura
-etim lat. candìdus,a,um 'branco, alvo, cândido; vestido de branco; radioso, brilhante; belo, formoso; sereno; feliz, ditoso'; ver cand- -sin/var ver sinonímia de ingênuo e tolo e antonímia de devasso -ant cínico, desfaçado, impuro, vicioso; ver tb. antonímia de tolo e sinonímia de devasso
cândido         
adj (lat candidu)
1 Alvo.
2 Puro.
3 Sincero.
4 Ingênuo.
5 Inocente
Antôns (acepção 2): impuro, vicioso.
Cândido         
adj.
Muito branco.
Fig.
Sincero.
Ingênuo.
Puro; que tem candura.
(Lat. candidus)

Βικιπαίδεια

Cândido, ou O Otimismo

Candide, ou l'Optimisme é um conto filosófico em tom de sátira publicado pela primeira vez em 1759 por Voltaire, filósofo do Iluminismo. A novela já foi traduzida em centenas de línguas e, em português, seu título costuma ser Cândido ou O Otimismo ou simplesmente Cândido. Foi realizado, ao que parece, em três dias, em 1758, ainda sob a impressão do terremoto de Lisboa, com assinatura de um pseudônimo, "Monsieur le docteur Ralph", literalmente, "Senhor Doutor Ralph". Narra a história de um jovem, Cândido, vivendo num paraíso edênico e recebendo ensinamentos do otimismo de Leibniz através de seu mentor, Pangloss. A obra retrata a abrupta interrupção deste estilo de vida quando Cândido se desilude ao testemunhar e experimentar eminentes dificuldades no mundo. Voltaire conclui a obra-prima com Cândido — se não rejeitando o otimismo — ao menos substituindo o mantra leibniziano de Pangloss, "tudo vai pelo melhor no melhor dos mundos possíveis", por um preceito enigmático: "devemos cultivar nosso jardim."

Cândido é caracterizada pelo tom otimista, mas com os diversos acontecimentos, Cândido ficou mais pessimista em relação ao mundo, bem como pelo enredo errático, fantástico e veloz. Este romance picaresco com uma história semelhante à de um bildungsroman mais sério, parodia diversos clichés do romance e da aventura, as lutas das quais são caricaturadas em um tom que é, mordazmente, matéria de fato. Ainda assim, os eventos discutidos no livro são muitas vezes baseados em acontecimentos históricos, como a Guerra dos Sete Anos e o já citado terremoto de Lisboa de 1755. O problema do mal, tema comum aos filósofos da época, é exposto também neste conto, de forma mais direta e ironicamente: o autor ridiculariza a religião, os teólogos, os governos, o exército, as filosofias e os filósofos por meio de alegorias; de maneira mais conspícua, chega a roubar Leibniz e seu otimismo.

Conforme esperado por Voltaire, Cândido desfrutou de grande sucesso e causou grande escândalo. Imediatamente após a sua publicação secreta, o livro foi amplamente proibido por conter blasfêmia religiosa, sedição política e hostilidade intelectual escondidos sob um fino véu de ingenuidade. Graças a sua inteligência afiada e a seu retrato profundo da condição humana, influenciou diversos autores, notavelmente o 1984 (1948) de Orwell, o Admirável Mundo Novo (1932) de Huxley e a reflexão sobre pessimismo e otimismo em Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881) e Quincas Borba (1891) de Machado de Assis. Também inspirou artistas como Leonard Bernstein, que compôs música para a opereta homônima de 1956, com libretto original de Lillian Hellman e, mais recentemente, de Hugh Wheeler.

Além de para ópera, o romance de Voltaire foi adaptado para as telas pelo cineasta brasileiro Amácio Mazzaropi, no filme Candinho — apresentando, no entanto, uma mensagem oposta à de Voltaire, com o sambista Adoniran Barbosa no papel do Prof. Pancrácio (uma versão brasileira de Pangloss, no filme). Na televisão brasileira tanto o conto Cândido quanto o filme de Mazzaroppi foram inspiração para a construção do enredo da telenovela Êta Mundo Bom! (2016) de Walcyr Carrasco. Nos dias de hoje, Cândido é reconhecido como a magnum opus de Voltaire, e considerado parte do Cânone Ocidental.